sábado, maio 12, 2012

Olivença, a bem amada!

Fomos a Olivença. Terra do Alentejo que se transformou em terra de Espanha. Que era de Portugal - e continua a ser: OLIVENÇA É NOSSA!!. Esta visita já estava agendada a algum tempo. Percorrer a terra é coisa que me agrada e faz regressar aos tempos de infância, quando partia da Lucira para Moçâmedes,(Namibe) Sá da Bandeira (Lubango) ou Porto Alexandre (Tombua). Nessa época era atravessar as zonas de deserto e subir as montanhas com o cheiro intenso da terra e do mar. Agora foi seguir as paisagens deste Alentejo. Agora verdes porque choveu. O verde alentejano é lindo! Ao longe as povoações brancas estendem-se pela paisagem e marcam a presença da gente. Passando por Évora Monte foi altura de lembrar o tempo das Guerras liberais e a derrota do Miguel absolutista! Estremoz traz-nos outras lembranças, mas sempre a da guerra de fronteiras. Isto de se ser Independente também teve o seu preço.
Olivença deixou de ser portuguesa em 1801. Aliás deixou de estar sobre a legítima autoridade portuguesa nessa data. Foi o resultado da chamada Guerra das Laranjas do Godoy. O Congresso de Viena reconheceu o direito à restituição do território. Que a Espanha concordou em 1817. Mas não cumpriu até hoje.
Foi um enriquecimento pessoal esta visita. Ali, nas suas ruas, no conjunto do seu amuralhado. Nas suas igrejas e capelas está o nosso país. País desviado e prisioneiro porque o governo é outro. Por cada rua, cada decoração oficial sentimos o pulsar de uma existência interrompida. O guia que nos acompanhou, que é oliventino e estuda em Portugal, sabia falar português. Segundo nos informou os moradores que contam com mais de 65 anos falam todos português. Achei sensacional dizer que a sua mãe, em casa, ralhava com ele em português mas falava em espanhol.
De seguida fomos para Badajoz onde estava previsto o almoço e uma palestra, à tarde, na Universidade local.
Foi uma experiência que trouxe acrescentamento à nossa capacidade de conviver com os nossos vizinhas.














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