quarta-feira, maio 09, 2012

A Cultura que temos!

Sempre que ouvimos falar sobre Cultura encontramos imprecisões e afirmações que nos surpreendem! Acabei de ver um Programa da tarde da RTP (hoje, dia 9 de Maio. Estava a ser entrevistado um alentejano. Dos castiços. Daqueles que falam à alentejano e sabem rir e cantar. Este era do Ciborro, de um monte perto de Coruche. Para além destes dotes era poeta. Com toda a sua simplicidade declamou algumas quadras da sua autoria e apresentou uma publicação, que conseguiu agora que faz 80 anos. Referiu a sua origem, a sua Escola de infância e a família. Na Escola fez a 3.ª Classe, o que era considerado o primeiro grau, pois só havia o 2.º grau para os filhos dos mais beneficiados. Pelas suas palavras percebemos a satisfação por estar perante as câmaras a falar de si. No seu estilo peculiar trouxe-nos a vida do seu tempo, as suas dificuldades. Enfim, o que foi o Portugal daqueles anos do Estado Novo e anteriores, em que só os que detinham o poder encontravam "caminho para progredir". Ao ver a sua figura simples e culta, senti o dever de apresentar as minhas desculpas em nome do meu País. E isto porque este País - a gente que o governava e os que os apoiavam - não soube respeitar os seus filhos. Não se criaram condições para que a gente do interior e todos os que eram de condição social mais desfavorecida, pudessem apresentar as suas capacidades e trazerem novos enriquecimentos.
Hoje que vemos o desenvolvimento conseguido - daí a chamada Crise - fica-nos um certo sabor amargo de desilusão perante os valores que se perderam. A Cultura não tem idade nem condição social. Mas faz sombra e sempre houve gente que não gosta dessa sombra!

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