quarta-feira, agosto 07, 2013

Almeirim - Hipocrisia e Ética

Este meu título é problemático. Ouvi há dias o ainda Presidente da Câmara do Porto falar sobre a candidatura do Sr. Menezes, ainda Presidente de Gaia. Não foram boas nem meigas essas palavras.
De palavras se constrói o nosso mundo. Já desde os tempos primordiais da evolução da espécie humana que se fala. Usa-se a linguagem como uma forma de comunicar, de expressar sentimentos, pensamentos e formas de conduta.
Houve um tempo em que isso era proibido neste País. Lembro-me das histórias que o meu pai contava ainda eu era criança: tive que sair de Almeirim para não ser preso, falava de mais contra o que se vivia.
No entanto hoje estamos num outro tempo e numa realidade diferente.
Voltando ao título, creio que a Hipocrisia que se vive é notória nos textos de apoio e não apoio que se têm registado nas chamadas negociações para as eleições autárquicas de Setembro. A acompanhar estas contra-danças figurinistas temos e tivemos um conjunto de mensagens eletrónicas com ameaças a elementos apoiantes e integrantes da lista do PS.
Devo dizer que integro a Lista do candidato Pedro Ribeiro, logo a lista do PS.
Não deixa de ser curioso o processo de intimidação e de oposição que temos assistido.
Mas do mais que se disse e se espera que venha a ser dito importa realçar estes dois aspetos: a hipocrisia e a ética. No que se refere à hipocrisia saliento os beijos e abraços dos elementos que se degladiaram e insultaram durante todos os mandatos do ainda Presidente da Câmara. Processos em Tribunal, violação de email, denúncias, insultos. Tudo isso se registou numa série interminável e bizarra para quem considera o Poder Autárquico como uma forma de expressão Democrática importante para as populações.
Agora andam aos beijinhos uns aos outros como se nada tivesse acontecido. Fenomenal.
A ética é o princípio que gere toda a causa pública, da Justiça ao exercício do Poder Democrático, conseguido através de eleições. Ora a Ética exige lealdade e respeito por regras e normas dignificadoras das funções que se exercem. Não deixa de ser esclarecedora a norma que se lê e jura ao assumir um cargo: "Juro por minha Honra que cumprirei com lealdade as funções que me foram confiadas".
No meu entender o assumir o Poder exige acima de tudo Lealdade. Como diz um poeta anónimo no nosso Cancioneiro: A Lealdade dos Bezerras anda muito pela Beira (isto nas Cantigas de escárnio e maldizer).

sexta-feira, julho 12, 2013

As Barracas do Portas e o Portugal!

Eu acredito que todos se surpreenderam. Mas o que se podia esperar de um "menino de linha"?
Com tanto discurso de austeridade para aqui, austeridade para acolá, eis que berra que quer sair. Mas fica. A mim parece-me que o dito pensava que era mais esperto que os outros. Enganou-se, mas primeiro lixou-nos.
Esta situação mostra o desprezo que esta gente tem para com o Zé Povinho. Eles é que sabem (acreditam nisso) e comportam-se como o famoso elefante em loja de porcelana.
Ontem, vi o que se passou na Assembleia da República. Ao nível do Portas estão os sindicalistas - ou quem os manda fazer o que fizeram.
No tempo do salazar havia a Assembleia Nacional. Ninguém lá ia barafustar ou arremessar coisas. Os que lá estavam ocupavam os lugares depois de eleições manipuladas e fraudulentas.
Hoje Não. As eleições constituem um direito sagrado dos povos e há que as respeitar. Os eleitos para a Assembleia da República foram-no através desse voto.
Entrar no espaço de reunião para gritar impropérios e insultos não será a melhor forma de valorizar a democracia. Antes pelo contrário: é querer fazê-la a seu jeito. Ouvi a senhora sindicalista Avoila referir que "ela não é a dona disto" e outras mais palavras. Pareceu-me que se referia à Presidente da Assembleia. Não é a dona. O dono sou eu e todos os cidadãos portugueses.
Esta linha de ação sindical, desenvolvida nos sindicatos, liderados por células ativas de partidos da extrema-esquerda, não dignifica o sindicalismo nem quem trabalha, antes o radicaliza.
Neste nosso tempo, que não esperávamos que surgisse, há que se ser bom jogador. Continuamos a precisar de um New Deal para ver se chegamos lá, onde há céu azul e esperança no olhar e não ódio ou vingança.
Agora estou a lembrar-me da senhora dos Verdes. Diz que vai apresentar uma moção de censura ao governo. Mas este partido nunca apareceu sozinho às eleições. Qual a sua força e verdade políticas?

sexta-feira, junho 28, 2013

Estas horas que vamos vivendo!

Os dias passam. O tempo está em constante mudança. Nós vamos acompanhando este "passar" sem obter as respostas que desejamos.
Ouvir o Brasil e a Copa das Confederações, ou lá como se designa, é reconhecer as insuficiências sociais que aquele país apresenta. Grande Brasil. Construção portuguesa de séculos. Conquistou o seu próprio caminho na imensidão geográfica do seu território.
E agora? Há que atender à voz dos que mais necessitam. Já temos experiência nesse domínio. Importem os nossos políticos que eles encontram a solução. Depois podem ficar a dever montanhas de dinheiro. Mas vão lá.
Aqui tivemos a Greve-Geral. Já vamos na não-sei-quantas. Assunto principal: derrubar o governo e exigir eleições. Para quê? Não tenho nada a ver com os que nos governam. Mas aceitei e continuo a aceitar o regime. Há que o assumir. É preciso lutar contra as desigualdades e austeridades. Não resolvem o problema. Antes fazem parte dele. Mas a haver derrube do governo e a serem realizadas eleições o que teremos? As sondagens e a constatação que faço no meio em que vivo dão o mesmo: não há maiorias a sair de um novo processo eleitoral. Mais grave ainda: o partido a colher maior número de votantes será o PS, mas não terá maioria para governar. A seguir a ele e muito perto estará o PSD. Bonito. Nas manifestações e greves parece que há a tentativa de imposição de um processo político a ser dirigido pelo PCP e, já agora, pelo BE. Eles falam em nome do povo: "o nosso povo reclama o derrube do governo", "os portugueses querem outra maioria". E por aí fora. Juntam-se militantes em vários pontos do país, fazem-se manifestações, grita-se, e lá está o nosso povo e o nosso país.
Continuo com o mesmo conceito: as alternativas têm que ser credíveis e aplicáveis à situação que vivemos. Berrar, desculpem, falar, por "um novo amanhã que canta" exige propostas e ações concretas em que possamos ver o que se vai fazer.
Como vão cumprir as promessas de fim da austeridade, saída do euro, tributar os ricos e as empresas, aliviar os trabalhadores, dar-lhes o direito ao trabalho e à justa remuneração?
Com estas "ações de luta" direcionadas para um projeto político só se consegue o reforço da direita e dos seus representantes. Há que ser mais explícito e mais concreto.
O Mundo mudou, haja uma nova esquerda que nos traga respostas mais inteligentes e mais credíveis.

quarta-feira, junho 19, 2013

Vamos mudar o "Mundo"!

O Título não será o que parece. Mas há necessidade de mudanças. Não só para nós aqui estacionados na beira do Atlântico e com os cais de memória posicionados em horizontes já passados. Talvez que na fímbria da nossa herança haja motivos para questionar o presente.
Temos agora a contestação dos brasileiros. Há muito adormecida sobre os direitos sociais e económicos eis que a grande nação sul-americana se levanta. Esperamos por bom senso e objetividade. Também na Turquia. E por aí fora.
O Mundo está em mudança e há quem não queira ver isso. As novas tecnologias colocam os acontecimentos à nossa porta a cada instante. Podemos mesmo interferir neles e participar das questões. Aí está o novo processo de comunicação: o emissor é múltiplo. O contexto da mensagem permite várias interpretações e o recetor recebe várias propostas e centra-se na que mais o sugestiona.
Para nós a crise não sai. Espreme-se o povinho (funcionários públicos) arrancam-se os rendimentos e nada!
Será que não se percebe a mudança? O comunismo - nas suas várias aplicações - desapareceu, auto-devorou-se. Os que diziam que iam criar o homem-novo foram derrubados por ele.
O capitalismo rejubilou. Mas esqueceu-se do que aí vinha. A vitória foi para os senhores do capital financeiro - já não o industrial ou comercial. O financeiro diz que só importa aplicar dinheiro onde dê o maior lucro. Há muitas leis sobre a produção, o trabalho, a proteção social? Muda-se a empresa ou fábrica- Para onde?
Para os países onde isso nunca existiu, leia-se China, Bangladesh, Índia e outros.
Depois trazem-se os produtos para se vender na Europa e nos Estados Unidos. Aqui há leis que exigem um comportamento social e económico respeitador do trabalhador e do consumidor. Estas leis e outras obrigações encarecem a produção. Lá nada disso. Há leis sindicais. Os trabalhadores reclamam, protestam, fazem greves. Lá nada.
E agora?
Nunca mais saímos da crise porque não temos produção suficiente para garantir impostos que sustentem o Estado.
A resposta do Estado (dos que o dirigem)e das empresas é a de se cortar nos pagamentos, nas pensões, nos direitos de quem trabalha e já trabalhou.
Já que há tantos prémios Nobel invente-se mais um para estes seres inteligentes. Olhem que eles se perdem!

quinta-feira, junho 13, 2013

Big Brother! USA Today

A História do candidato a agente secreto que fugiu dos EUA para Hong Kong parece ser muito surrealista.
Fugiu para denunciar que havia a gravação e estudo das comunicações de toda a gente. Aí nos States faz-se a espionagem das conversações e mensagens, emails e outros de toda a gente. Há o perigo dos ataques terroristas. Dizem e defendem-se com a informação de que com essa forma de agir já conseguiram evitar alguns ataques. Não duvido ou não tenho elementos para duvidar. Mas ouvir e gravar toda a gente?
Não estaremos perante um caso de violação das liberdades individuais? É claro que falam em segurança nacional. Mas o dito violador dos segredos, porque esse processo de vigilância das comunicações era secreto, esse fugiu com elementos. Mas como o fez? Ao que consegui ler não passava de um técnico menor de uma empresa subcontratada. Mas tinha acesso a segredos? Então vigia-se os outros e deixa-se o que se tem à mão de semear?
Esta Aldeia Global em que vivemos tem destas coisas. A eterna vigilância em busca do mal conduz a coisas que não são compatíveis com a liberdade dos cidadãos e do seu direito à privacidade. Geoges Orwell escrevia sobre o ano de 1984 (se não me engano) e aí introduzia a figura do Grande Irmão. Aproveitou o processo estalinista de controlo do povo russo e soviético para prefigurar estas formas de funcionamento do Estado.
Esperemos que haja o cuidado de se articular a segurança nacional dos países com os direitos dos cidadãos.

quarta-feira, junho 05, 2013

Uma Aldeia Global esquecida?

Estou a ler o livro de Martin Page: A Primeira Aldeia Global - como Portugal mudou o mundo. Não estva à espera do texto que compõe a história. O autor, jornalista e escritor conceituado, reformula o contexto da História de Portugal, apresentando-a sobre uma nova perspectiva. O seu olhar de jornalista e escritor acrescenta novas formas de entendimento da história portuguesa que não eram divulgados ou sequer enunciados.
Do que já li considero o trabalho de investigação e a redação como um dos grandes acontecimentos literários. Martin Page inicia uma viagem fabulosa sobre este território ocidental da Europa e coloca os homens e as mulheres no seu sítio. Dá vida a uma realidade que esteve sempre presente mas que foi adulterada.
Um dos princípios que considero fundamentais para o exercício de historiador é o da independência perante os factos, rigor com as fontes e interpretação cuidada e objetiva. É o que consigo perceber da obra. Daí o meu respeito pelo trabalho.
No nosso país temos tido uma História feita ao gosto e comando dos que julgam ter o Poder. Sempre se praticou a história panegírica, aduladora, encomiasta e feita de acordo com o olhar de quem a escreve. Um dos exemplos mais evidentes da manipulação da história nacional foi a conduta do Estado Novo, de Oliveira Salazar e companheiros de jornada. O pressuposto essencial: Deus, Pátria e Família, levou à construção do país de heróis e santos. Ao contrário a História dos progressistas ou esquerdistas - não estou a menosprezar o valor e conhecimentos de cada um (sim, é bom dizer isto)- assentando no materialismo histórico e princípios afins, procura denegrir o passado com conceitos de verdade que também só procuram um olhar direcionado para a sua utopia.
Ler Martin Page é acompanhar uma viagem desprendida de manipulações e de sujeição a regras e princípios pré-determinados. Vale a pena.

sábado, junho 01, 2013

Arte Contemporânea em Barcelona.

Como era de prever aqui estamos de novo na cidade das motas. A Barcelona do Barça e outras coisas mais. Muito mais, claro. Desta vez temos segmentado a nossa saída. Pegamos no Roteiro, selecionamos um ou mais sítios e aí vamos nós. A viagem é de autocarro. Comprámos os tiquetes e aprendemos o número das linhas que nos interessam.
Desta vez fomos ao Museu de Arte Contemporânea de Barcelona. Um edifício bem conseguido arquitetonicamente. Linhas direitas, branco. Salas amplas, convidativas.
Visitámos demoradamente o espaço. A Arte Contemporânea deve ser entendida no conjunto de circunstâncias que a fizeram surgir.
Não conhecíamos Eulália Grau. Percorremos as suas colagens e representações através da imprensa. O seu sentido de contestação e a oposição aos regimes capitalistas. A verdadeira sensação está em ver diretamente o trabalho produzido. A própria artista refere: "Nunca he pintado ángeles dourados" (em língua catalã). Daí parte para a crítica à polícia, às prisões, à escola às relações laborais.
Um dos pensamentos que me ocorreu, hoje em que estamos no ano 2013, foi o de que os artistas modernistas e contemporâneos, que contestaram a ordem existente através da sua capacidade criadora, devem ser vistos com um novo olhar.
Ao seu tempo a crítica e a oposição iam para os modelos capitalistas, ditos imperialistas. Mas não olhavam para o outro lado, para os de regime comunista: A URSS, a China e os seus satélites. Aí desenvolvia-se uma feroz perseguição à liberdade e à livre criação e livre pensamento. Mas os nossos artistas olhavam para a direita e não para a esquerda.
As revelações que se sucederam sobre essa dita esquerda, a queda do muro de Berlim e o horror que escondia, o desaparecimento, como fumo levado pelo vento, da chamada URSS, as alterações drásticas na China e a revelação dos crimes de Mao, tudo nos traz uma noção da luta pela liberdade que não se realiza apenas num campo.
Ainda não escrevo sobre a Cuba do famoso Fidel. Uma nação sugeita ao domínio de uma oligarquia que se mantém há mais de 60 anos.
Junto umas imagens do espaço, que é bom de se visitar e conhecer.

domingo, maio 26, 2013

Economia e Política!

É deveras curioso conseguir compreender a ligação entre a economia e a política. O que importa será definir a relação de dependência entre elas: será a política dependente da economia ou será o contrário? Razão dos contrários, eis a razão principal!
Há dias acompanhei parte da entrevista do Sr. Bagão Felix, que de entre os vários títulos que tem acrescenta o de ministro das finanças. A sua intervenção era crítica relativamente ao atual Governo. Mas, vai daí, e com o maior desplante de cientista económico e financeiro apresenta um gráfico. Junta o número de funcionários do Estado com os aposentados da Caixa Geral e da Segurança Social, soma os beneficiários do Rendimento Mínimo e apresenta um número superior a 5.000.000 de pessoas. Acrescenta a seguir que há pouco mais de 3.000.000 de trabalhadores do privado a fazer descontos (impostos). Bonito e muito informativo. Mas para esclarecer o que quer dizer acrescenta que só há 3.000.000 a contribuir e que o número dos dependentes do Estado é incomportável. Grande economista e financeiro. Vamos por partes: será que é possível a um Estado funcionar sem trabalhadores? Esses trabalhadores não terão direito a uma remuneração pelo serviço que prestam? Não lhes são descontados impostos? No fim da sua carreira contributiva e depois de atingida a idade da reforma não terão direito a ela? O Estado, qualquer Estado, não tem obrigações perante os seus trabalhadores?
Conclusão: para o Sr. Bagão Felix o Estado não é uma entidade patronal com as obrigações legais de todas as entidades patronais. Mais: os trabalhadores do Estado (leia-se funcionários públicos) não têm direitos nem regalias. Acrescente-se que as obrigações resultantes das pensões que se pagam (houve descontos mensais nos salários feitos de acordo com o montante mensal recebido)são um peso e não podem suportar-se. Já não falo na sua conceção sobre os direitos sociais.
A Política deve ser a norma principal de conduta para quem gere os negócios públicos do Estado. Mas os políticos devem ser rigorosos no exercício das suas funções. Tudo o resto deve estar dependente dessa relação.
Também há dias li uma declaração dos economistas que tinham um artigo científico sobre a questão da solvência dos países com dívidas superiores a 90% do PIB. O que tinham escrito estava errado por haver um erra de cálculo. No entanto os autores apareciam a dizer que o erro, que já tinham emendado, não era suficiente para anular as suas conclusões. O que estava errado é que os políticos tinham aproveitado o seu estudo para introduzir justificações à ação que estavam a desenvolver (viva o nosso Gaspar).
O chamado Mundo-Global está a adulterar a nossa realidade e o nosso direito à segurança e bem-estar.

quinta-feira, maio 23, 2013

Portugal - Guerra aberta aos pensionistas!

Pois está mesmo a ver-se e a sentir-se. Há uma tentativa aberta e não disfarçada de se tapar o sol com a peneira. O Portas - lembram-se do dito eleitoral: "passos de coelho e portas a bater?" - que vem a dizer e proclamar que tem uma linha vermelha. Ele o homem do azul centrista a classificar-se de vermelho? A sua guerra contra a chamada tsu dos pensionistas não é mais do que um disfarce para o ataque total aos pensionistas do Estado. Aí é que está a ação mais devastadora possível para o rendimento de quem realizou uma atividade profissional no Estado (o português, pois claro). A chamada convergência das pensões do público com o privado não é para beneficiar o privado mas sim para destruir o rendimento dos que serviram no público.
Há que se esclarecer que no serviço público as categorias profissionais funcionavam e funcionam sem alterações de anos ou tempos. Há um escalão que corresponde a um vencimento, que progridem ao longo da carreira. Assim não há e não houve anos de maior ou menor rendimento, consoante a carreira e a entidade a que se prestou serviço. O cálculo da pensão foi sobre esses montantes auferidos ao longo da carreira contributiva. Agora falar em igualdade para impor a "convergência" é introduzir nas regras de conduta obrigatória entre entidade patronal e entidade laboral, um discurso que nunca existiu. E dizem que é com buscas para trás - retroatividade. Como?
Há no horizonte fumos negros e castanhos. Também podem colocar uns amarelos e vermelhos. Os tambores da guerra parecem ouvir-se no negrume da insensatez.

sexta-feira, maio 10, 2013

Lisboa e Joana Vasconcelos

Agora é que a coisa muda. A Exposição de Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda traz uma realidade que permite leituras novas. A arte de se transformar os objetos do quotidiano em coisas lindas não é para amadores. JV dá-nos a sensação da construção de novos espaços e de novas formas de entendimento daquilo que somos e desejamos vir a ser. O Palácio da Ajuda, residência do Rei D. Luís, aquele que foi rei por acaso - o irmão morreu doente - é uma construção que ainda mantém a sua "vida própria". Os trabalhos artísticos de Joana Vasconcelos introduzem-se sem perturbar a ordem, antes modificando-a e acrescentando-lhe uma leitura mais inovadora.
O Tejo, o mar da palha e Lisboa. A volta pelas suas águas mostra-nos uma Lisboa diferente. Seguramente esta nossa cidade não foi feita para ser vista do rio. Mas casa-se com ele. Sem grandes alardes ou imponências.
A Torre manuelina lá está. Hoje vigilante mudo e quieto. Mas vigilante. O Padrão henriquino, afirmação do estado Novo, parece romper as águas e partir para uma viagem de aventura e descoberta.
Vale a pena a visita. O Azul do céu de Maio traz um grito de esperança. Não sei em quê! Mas traz.

terça-feira, maio 07, 2013

Um Tempo Complicado!

Estas "Conversas em Família" que estes nossos primeiro e segundo ministros trazem, são de incluir no conjunto das regras do absurdo.
Agora se continua com o mesmo procedimento: para encolher a despesa pública tira-se o rendimento aos funcionários e pensionistas. Mas que forma de Governo é esta que se utiliza a diminuição dos ganhos de quem trabalha para provocar crescimento? De quem?
O despudor - aqui até estou a utilizar frases bonitas - com que trabalham no corte dos rendimentos pessoais é esclarecedor da sua arrogância e respeito pelos outros.
Todos fazem contas e apresentam soluções. Continuo com o mesmo princípio: o que pretendo são propostas válidas e credíveis. Nesta linha de conduta estou a recordar as declarações do Sr. do PCP. "Pedimos a todos os democratas e camaradas que ajudem a derrubar este Governo". Como? o PCP teve cerca de 11% da votação em eleições livres e democráticas. Os ditos do Governo têm maioria absoluta. Qual será a forma mais adequada para alterar as políticas seguidas e qual o tempo para o fazer? As próximas eleições são em 2015. Agora temos as autárquicas.
Parece-me que falta sentido da realidade aos nossos políticos. fazem marchas, organizam manifestações, protestos. Até aparecem a misturar-se com manifestações genuínas das populações em protesto.
Enfim. Precisamos de uma dinâmica democrática, séria e realista, para defrontar esta guerra aberta contra os servidores do Estado e os Pensionistas.
Junto umas fotos. Que a Luz, a Cor e a Forma nos alegrem o pensamento e permitam o encontro de uma solução.
Aqui nos campo do Ribatejo e, mais ao lado, na cidade de Almeirim, as coisas parecem esquecidas. Espera-se o calor . Todos temos várias palavras a dizer.

sexta-feira, maio 03, 2013

USA Today!?

A notícia vai correndo por tudo quanto é papel escrito, blogosfera, net, espaço mediático e afins. Nos Estados Unidos uma criança de 5 anos matou a tiro a irmã de 2. É isso mesmo. também fui confirmar e reli. Mas não havia engano.
A história do caso é a explicação real do "way of life" norte-americano: todos têm o que querem e ter armas faz parte da sua cultura. Então porque andam para aí a matar a gente de outras terras e lugares segundo o princípio da "democracia e respeito pelos direitos humanos?".
Os pais das crianças dizem que não sabiam que a arma estava carregada. Mas ofereceram a arma à criança de 5 anos e ensinaram-na a utilizar o artefacto. A mãe diz que se ausentou por três minutos. Aí está: em três minutos uma criança vai buscar uma espingarda - que é feita propositadamente para crianças (brinquedo lindo) - aponta-a à irmã e dispara. Já se perguntaram o que será, a partir de agora, a vida do menino de 5 anos? E o direito à vida daquela criança de 2 que deveria ter quem a ajudasse e protegesse?
Vai muito longa a discussão naquele país a propósito das armas. Impressiona o discurso dos que dizem que as ditas fazem parte da sua cultura e que o que há é ter cautela. É incrível o desprezo pela vida e segurança das pessoas. Armas todos os países têm. Carregar no gatilho e disparar toda a gente pode fazer. O que importa é saber se é um direito universal cada um possuir esses instrumentos de morte e utilizá-los como lhe apetecer. Os exemplos são tantos que importa perguntar: afinal onde é que estão os terroristas?

quarta-feira, abril 17, 2013

O Vira da Troika!

Nesta primavera ensolarada eis que nos trazem novas de tempos de agrura e revolta. Continuamos com a Troika às costas. E que bem nos carrega nas ilhargas. Estou a lembrar-me do Zé Povinho de Rafael Bordalo Pinheiro.
As novas medidas, que de novas não têm nada, estão para decorar a nossa sala de estar. E que linda decoração. Mais uma vez os funcionários do Estado (a que isto chegou) vão sofrer quebras de rendimento. Eu propunha a criação da Associação dos Pedintes do Estado (a AsPED), talvez conseguíssemos alguma coisa mais.
Tenho à mão o livro "O Mendigo e Outros Contos", de Fernando Pessoa, um trabalho de recolha e identificação feito e editado por Ana Maria Freitas. Aí temos um Pessoa filosófico em diálogos interiores que bem poderiam ser de hoje.
Temos gente, muita gente, que sabe pensar e realizar, mas só aparecem depois de mortos ou, então, emigram.
Continuo a ouvir e ver as ações dos nossos representantes políticos. Será que continuam a não ver a realidade real? Cada um faz o seu discurso como se tivesse a solução ali, já ao virar da esquina.
As medidas para o Ensino, para o funcionalismo público e para os trabalhadores por conta de outrem não ajudam ninguém a não ser os nossos pagadores e credores.
Será que anda não entenderam que os senhores da massa da Comunidade (os países nórdicos) não querem arriscar em nós e se estão, literalmente, borrifando para o que passamos?
Está-me a parecer que isto já não vai com mezinhas da tia Maria. Também me parece que não é possível adivinhar o que aí vem. Talvez seja mais lógico referir o que já cá está.
Agora estou de novo por terras transmontanas. Aqui em Vila Real faz calor. O sol inunda tudo de luz e cor e dá a sensação da verdadeira primavera. As montanhas apresentam-se erguidas e distantes, sobranceiras à urbe. A leitura será a que se quiser: montanhas são sinal de força e de resistência, ou sinal de imobilismo e prisão?
Os chineses têm um provérbio milenar: Por trás de uma montanha há sempre outra montanha muito maior.

domingo, março 31, 2013

Há Cheia no Tejo!

Agora que temos a Primavera de entrada surge o perigo das cheias. Há alguns anos que não se sentia. As alterações climáticas provocaram pouca chuva, as barragens retiveram a água, o desvio de águas em Espanha ajudou. Já parecia uma paisagem normal o rio Tejo, aqui por Santarém e Almeirim, ter as areias à mostra (o mesmo que dizer: ter a fralda à mostra).
Agora corre grosso e abundante. Parece um prazer novo ver o movimento das águas e a ocupação dos espaços marginais.
Flores crescem. Como sempre cresceram. Há um conforto de limpeza que parece estar para durar.
Desta vez os agricultores não se devem lamentar. Há água. E mesmo assim não sei, a mama dos subsídios está a acabar!
E que venham as águas e corram para o mar.
É caso para se dizer: limpos mas a ficar pobrezinhos.

quinta-feira, março 28, 2013

Sócrates: O Regressado!

E então? Ei-lo que regressa! Não o Sócrates de Atenas, o grego, que gregos não queremos, embora nos estejamos a ver nisso!. É José Sócrates que foi primeiro ministro antes deste Governo.
Causou espanto e reclamação. Não sei porquê! O nosso regime parece que ainda é democrático o que permite aos cidadãos intervir quando o desejarem. Mas os que protestaram será que se aperceberam do que fizeram? Então vai passar a ser moda reclamar com a presença dos que exerceram cargos políticos! Nesta linha de pensamento podemos perguntar o que se vai fazer ao nosso Passos e ao famoso Gaspar e Companhia?
Ouvi com atenção o que se disse na entrevista. A conclusão é que já devia ter falado há mais tempo. As revelações vieram esclarecer muitas dúvidas. Claro que para quem as quer ouvir.
Parem de escavar o buraco. Lógico e tão simples como isso. Mais austeridade aumenta o buraco da miséria e das falências; mais liberalidade aumenta o buraco da dívida. Então? Em que ficamos!?
Buraco por buraco prefiro não ver e sentir a miséria, o desemprego, o desespero da gente que procura um lugar, principalmente os jovens.
Porra! Parem de escavar e de aumentar a buraca!

quinta-feira, março 21, 2013

Para onde vamos? Chipre a ilha pendurada.

Os comportamentos nacionais não param de nos surpreender. Agora a história daquela ilha do Mediterrâneo Oriental, a Chipre das Cruzadas.
Quem tem dinheiro depositado no Banco paga uma taxa por isso. Mas quem é que descobriu esta inovação? Será um candidato a prémio Nobel? Há uma histeria à volta da salvação dos Bancos e do sistema bancário que não consigo perceber! O que terá verdadeiramente acontecido? Por que é que os Bancos estão sem dinheiro? Vão à bancarrota deixando os depositantes na miséria! Quem fez isso?
Há mais perguntas que respostas. Agora dizer à Ilha e à sua gente que têm de pagar as perdas financeiras destas entidades, que deveriam funcionar para salvaguardar as poupanças e dinheiros de quem neles os confia, é coisa de outro mundo. Venham mais ETs para resolver este pesadelo.
Aqui somos tributados por tudo. A par de nos terem aumentado os pagamentos, impostos, taxas, créditos, serviços sociais e medicinais, há o desconto na pensão, o aumento da taxa de IRS, a redução de escalões. Já somaram isto tudo? O certo é que tudo junto ultrapassa os 50% do que se recebe.
Mas não há redução do deficit (nome mais estrambólico). O que nos levam, sem nossa autorização porque os Senhores mandam, já ultrapassa o que seria legítimo e saudável.
Mas a dívida não baixa. Querem mesmo que baixe?
O nosso sistema está a falir. A aposta nos centros financeiros e na gestão dos YUPIs só deu merda! Dinheiro também é mercadoria. Tem que ser movimentado e aplicado com regras e com as cautelas necessárias.
Não é mais possível deixar tudo nas mãos de gente ávida e sem escrúpulos.
Depois da loucura dos marxistas e dos seus regimes totalitários temos agora a loucura dos super-capitalistas.
O Mundo Novo, que tem de vir após esta destruição, tarda em chegar.

sábado, março 16, 2013

Nestes dias e nestas noites!

Há títulos para tudo. É só pensar neles e procurar uma ou mais palavras que exprimam o desejo de comunicar! Não será o caso do "nosso" P. Coelho, que quase não acerta uma. Mas lá vai. Fomos a Tomar.
A cidade do Nabão. O rio ia cheio. Mas o barco não anda, lá diz a canção.
Os espaços são os mesmos. As alterações urbanos são poucos. Isto tendo por referência os mais de dez anos em que lá não aparecia.
Os centros de interesse continuam a atrair gente. O Convento de Cristo, sempre à espera de uma intervenção mais cuidada e rejuvenescedora, as Igrejas e a sinagoga.
Deambulámos pelas ruas. Pouco movimento, uma luz cinzenta, talvez acastanhada ilumina os espaços. De vez em quando uma praça que se abre. Meia dúzia de gente de idade avançada pelos bancos. Olham e ali estão.
Está frio porque é inverno e o vento sopra do sítio costumeiro "de Espanha nem bom vento nem bom casamento".
Uma visita de enriquecimento e de novos horizontes.
A janela do Convento de Cristo merece um destaque especial. É uma obra escultórica de significados múltiplos. Só quem conheceu novos mundos e novos horizontes podia ter criado aquela profusão de sinais.
Olha-se para ver e compreender. A pergunta final é sempre a mesma: quem criou estas obras, quem percorreu as sete partidas do mundo, quem trouxe conhecimentos e riquezas novas, estes quems todos como é que chegaram ao nosso hoje com esta performance?

domingo, fevereiro 24, 2013

Todos à Procura!?

Aqui continuamos nesta "apagada e vil tristeza", com a devida vénia a Luís Vaz. Agora de novo se procura uma canção para motivar a contestação. Somos cantores? Nem por isso. Mas o Grândola Vila Morena de José Afonso, que começou por ser um poema de agradecimento à forma como o poeta/cantor foi recebido naquela cidade,agora surge como contestação mais soft.
Ainda guardo as palavras da Snr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território, e não sei que mais. Segundo ela é a agricultura que mais empregos tem. E disse isto com a glória de ser o seu Ministério a gerir a dita ocupação. Numa era da tecnologia e do avanço das ciências e de novos centros de riqueza, falar da agricultura como principal fonte de trabalho é proeza, só da Cristas.
Percorremos os nossos caminhos com uma carga pesada e pouco animadora. É ver as estatísticas, os números, gráficos e percentagens com que nos afogam a esperança no dia-a-dia. Gente fina, sabedora!
Neste Inverno que bem poderá continuar a ser o do descontentamento, não falta o frio e o vento. Os campos estão em mudança. Viva a agricultura. Aí vai uma imagem desta terra agora a ser verde: da cor do Limão (com umas azedas pelo meio).

domingo, fevereiro 10, 2013

Coreia do Norte! O inferno na Terra?

Terminei a leitura da obra "Dentro do Segredo" da autoria de José Luís Peixoto. Já conhecia o autor de outros trabalhos, mas este, a entrada no "Segredo" ultrapassou a noção da sua qualidade. Utilizando uma linguagem simples e esclarecedora o autor transporta-nos a uma irrealidade real. Para entrar num país é preciso deixar na fronteira o Telemóvel? Os livros e jornais, o rádio que se possa levar? Será que existe um País assim? Existe. É ali na península coreana. Mais esclarecedor: A Coreia do Norte.


A sucessão dos dias e da narrativa transporta-nos para uma sensação de claustrofobia e de horror. Como podem dominar um povo de mais de 22 milhões de seres? Humanos, seres humanos, é do que se trata.
A adoração fantasmagórica dos líderes, como se estes fossem a luz do dia, é coisa que se usava no antigo Egipto.
A existência de um Museu com objetos oferecidos ao grande líder e ao querido líder - assim é que se trata os ditos - parece demasiado surreal.
Ultimamente ouvimos que querem fazer testes nucleares para terem a bomba e atacarem o inimigo, os EUA.
Aconselho a leitura do trabalho de José Luís Peixoto. A Humanidade também tem aberrações, mas assim? durante tanto tempo e com os resultados que se conhecem?

As coisas que vemos.

Nestes dias na capital da Catalunha, Barcelona a das motas e das casas bonitas, fomos à descoberta. Gaudi e a sua visão futurista que nos deu uma Catedral - Basílica - que nos alivia. Visitar A Sarada Família é sentir uma conquista da Paz e da Simplicidade. No gigantismo das suas colunas há um sorriso de liberdade que muda o conceito de Religião.
Para melhor percebermos o sentimento transportado pela Basílic








a há que a visitar. As imagens podem dizer muito mas o sentimento verdadeiro só aparece com a presença direta.

domingo, janeiro 27, 2013

Barcelona - a cidade das "Motas"

Chegámos a Barcelona! Já com alívio pois o temporal em Lisboa deixou-nos a secar no aeroporto mais de 5 horas. Bem, parece que há situações piores, vamos lá com calma.
Barcelona é uma cidade com linhas retas. Às vezes parece Lisboa ou Amesterdão.As carreteras, as avingudas e os passeos (será assim?).
Mas o que me surpreende nesta cidade mediterrânica são as motas, lambretas e motos. Por todo o lado. Os estacionamentos estendem-se por todas as artérias. Fazem-me lembrar as cidades de Angola no antes da independência.
Já comecei a percorrer as suas ruas e avenidas. O Passeio de Gracia. A Praça de Catalunha, a La Pedrera de Gaudi. As formas e o traçado urbano são agradáveis e cativantes. Parece uma terra calma na calma dos seus moradores.
Há outra coisa a destacar. As mulheres andam com minissaias mesmo minis. Eu com frio. Encasacado e de calças grossas, elas de meias compridas. Isto é que é resistência.
Vão algumas imagens do que se vê. Como sempre a imagem do espaço comum, a urbe em vida!
Ainda haverá mais porque esta cidade se prolonga no tempo e no encontro de criações diversas.