sexta-feira, junho 28, 2013

Estas horas que vamos vivendo!

Os dias passam. O tempo está em constante mudança. Nós vamos acompanhando este "passar" sem obter as respostas que desejamos.
Ouvir o Brasil e a Copa das Confederações, ou lá como se designa, é reconhecer as insuficiências sociais que aquele país apresenta. Grande Brasil. Construção portuguesa de séculos. Conquistou o seu próprio caminho na imensidão geográfica do seu território.
E agora? Há que atender à voz dos que mais necessitam. Já temos experiência nesse domínio. Importem os nossos políticos que eles encontram a solução. Depois podem ficar a dever montanhas de dinheiro. Mas vão lá.
Aqui tivemos a Greve-Geral. Já vamos na não-sei-quantas. Assunto principal: derrubar o governo e exigir eleições. Para quê? Não tenho nada a ver com os que nos governam. Mas aceitei e continuo a aceitar o regime. Há que o assumir. É preciso lutar contra as desigualdades e austeridades. Não resolvem o problema. Antes fazem parte dele. Mas a haver derrube do governo e a serem realizadas eleições o que teremos? As sondagens e a constatação que faço no meio em que vivo dão o mesmo: não há maiorias a sair de um novo processo eleitoral. Mais grave ainda: o partido a colher maior número de votantes será o PS, mas não terá maioria para governar. A seguir a ele e muito perto estará o PSD. Bonito. Nas manifestações e greves parece que há a tentativa de imposição de um processo político a ser dirigido pelo PCP e, já agora, pelo BE. Eles falam em nome do povo: "o nosso povo reclama o derrube do governo", "os portugueses querem outra maioria". E por aí fora. Juntam-se militantes em vários pontos do país, fazem-se manifestações, grita-se, e lá está o nosso povo e o nosso país.
Continuo com o mesmo conceito: as alternativas têm que ser credíveis e aplicáveis à situação que vivemos. Berrar, desculpem, falar, por "um novo amanhã que canta" exige propostas e ações concretas em que possamos ver o que se vai fazer.
Como vão cumprir as promessas de fim da austeridade, saída do euro, tributar os ricos e as empresas, aliviar os trabalhadores, dar-lhes o direito ao trabalho e à justa remuneração?
Com estas "ações de luta" direcionadas para um projeto político só se consegue o reforço da direita e dos seus representantes. Há que ser mais explícito e mais concreto.
O Mundo mudou, haja uma nova esquerda que nos traga respostas mais inteligentes e mais credíveis.

quarta-feira, junho 19, 2013

Vamos mudar o "Mundo"!

O Título não será o que parece. Mas há necessidade de mudanças. Não só para nós aqui estacionados na beira do Atlântico e com os cais de memória posicionados em horizontes já passados. Talvez que na fímbria da nossa herança haja motivos para questionar o presente.
Temos agora a contestação dos brasileiros. Há muito adormecida sobre os direitos sociais e económicos eis que a grande nação sul-americana se levanta. Esperamos por bom senso e objetividade. Também na Turquia. E por aí fora.
O Mundo está em mudança e há quem não queira ver isso. As novas tecnologias colocam os acontecimentos à nossa porta a cada instante. Podemos mesmo interferir neles e participar das questões. Aí está o novo processo de comunicação: o emissor é múltiplo. O contexto da mensagem permite várias interpretações e o recetor recebe várias propostas e centra-se na que mais o sugestiona.
Para nós a crise não sai. Espreme-se o povinho (funcionários públicos) arrancam-se os rendimentos e nada!
Será que não se percebe a mudança? O comunismo - nas suas várias aplicações - desapareceu, auto-devorou-se. Os que diziam que iam criar o homem-novo foram derrubados por ele.
O capitalismo rejubilou. Mas esqueceu-se do que aí vinha. A vitória foi para os senhores do capital financeiro - já não o industrial ou comercial. O financeiro diz que só importa aplicar dinheiro onde dê o maior lucro. Há muitas leis sobre a produção, o trabalho, a proteção social? Muda-se a empresa ou fábrica- Para onde?
Para os países onde isso nunca existiu, leia-se China, Bangladesh, Índia e outros.
Depois trazem-se os produtos para se vender na Europa e nos Estados Unidos. Aqui há leis que exigem um comportamento social e económico respeitador do trabalhador e do consumidor. Estas leis e outras obrigações encarecem a produção. Lá nada disso. Há leis sindicais. Os trabalhadores reclamam, protestam, fazem greves. Lá nada.
E agora?
Nunca mais saímos da crise porque não temos produção suficiente para garantir impostos que sustentem o Estado.
A resposta do Estado (dos que o dirigem)e das empresas é a de se cortar nos pagamentos, nas pensões, nos direitos de quem trabalha e já trabalhou.
Já que há tantos prémios Nobel invente-se mais um para estes seres inteligentes. Olhem que eles se perdem!

quinta-feira, junho 13, 2013

Big Brother! USA Today

A História do candidato a agente secreto que fugiu dos EUA para Hong Kong parece ser muito surrealista.
Fugiu para denunciar que havia a gravação e estudo das comunicações de toda a gente. Aí nos States faz-se a espionagem das conversações e mensagens, emails e outros de toda a gente. Há o perigo dos ataques terroristas. Dizem e defendem-se com a informação de que com essa forma de agir já conseguiram evitar alguns ataques. Não duvido ou não tenho elementos para duvidar. Mas ouvir e gravar toda a gente?
Não estaremos perante um caso de violação das liberdades individuais? É claro que falam em segurança nacional. Mas o dito violador dos segredos, porque esse processo de vigilância das comunicações era secreto, esse fugiu com elementos. Mas como o fez? Ao que consegui ler não passava de um técnico menor de uma empresa subcontratada. Mas tinha acesso a segredos? Então vigia-se os outros e deixa-se o que se tem à mão de semear?
Esta Aldeia Global em que vivemos tem destas coisas. A eterna vigilância em busca do mal conduz a coisas que não são compatíveis com a liberdade dos cidadãos e do seu direito à privacidade. Geoges Orwell escrevia sobre o ano de 1984 (se não me engano) e aí introduzia a figura do Grande Irmão. Aproveitou o processo estalinista de controlo do povo russo e soviético para prefigurar estas formas de funcionamento do Estado.
Esperemos que haja o cuidado de se articular a segurança nacional dos países com os direitos dos cidadãos.

quarta-feira, junho 05, 2013

Uma Aldeia Global esquecida?

Estou a ler o livro de Martin Page: A Primeira Aldeia Global - como Portugal mudou o mundo. Não estva à espera do texto que compõe a história. O autor, jornalista e escritor conceituado, reformula o contexto da História de Portugal, apresentando-a sobre uma nova perspectiva. O seu olhar de jornalista e escritor acrescenta novas formas de entendimento da história portuguesa que não eram divulgados ou sequer enunciados.
Do que já li considero o trabalho de investigação e a redação como um dos grandes acontecimentos literários. Martin Page inicia uma viagem fabulosa sobre este território ocidental da Europa e coloca os homens e as mulheres no seu sítio. Dá vida a uma realidade que esteve sempre presente mas que foi adulterada.
Um dos princípios que considero fundamentais para o exercício de historiador é o da independência perante os factos, rigor com as fontes e interpretação cuidada e objetiva. É o que consigo perceber da obra. Daí o meu respeito pelo trabalho.
No nosso país temos tido uma História feita ao gosto e comando dos que julgam ter o Poder. Sempre se praticou a história panegírica, aduladora, encomiasta e feita de acordo com o olhar de quem a escreve. Um dos exemplos mais evidentes da manipulação da história nacional foi a conduta do Estado Novo, de Oliveira Salazar e companheiros de jornada. O pressuposto essencial: Deus, Pátria e Família, levou à construção do país de heróis e santos. Ao contrário a História dos progressistas ou esquerdistas - não estou a menosprezar o valor e conhecimentos de cada um (sim, é bom dizer isto)- assentando no materialismo histórico e princípios afins, procura denegrir o passado com conceitos de verdade que também só procuram um olhar direcionado para a sua utopia.
Ler Martin Page é acompanhar uma viagem desprendida de manipulações e de sujeição a regras e princípios pré-determinados. Vale a pena.

sábado, junho 01, 2013

Arte Contemporânea em Barcelona.

Como era de prever aqui estamos de novo na cidade das motas. A Barcelona do Barça e outras coisas mais. Muito mais, claro. Desta vez temos segmentado a nossa saída. Pegamos no Roteiro, selecionamos um ou mais sítios e aí vamos nós. A viagem é de autocarro. Comprámos os tiquetes e aprendemos o número das linhas que nos interessam.
Desta vez fomos ao Museu de Arte Contemporânea de Barcelona. Um edifício bem conseguido arquitetonicamente. Linhas direitas, branco. Salas amplas, convidativas.
Visitámos demoradamente o espaço. A Arte Contemporânea deve ser entendida no conjunto de circunstâncias que a fizeram surgir.
Não conhecíamos Eulália Grau. Percorremos as suas colagens e representações através da imprensa. O seu sentido de contestação e a oposição aos regimes capitalistas. A verdadeira sensação está em ver diretamente o trabalho produzido. A própria artista refere: "Nunca he pintado ángeles dourados" (em língua catalã). Daí parte para a crítica à polícia, às prisões, à escola às relações laborais.
Um dos pensamentos que me ocorreu, hoje em que estamos no ano 2013, foi o de que os artistas modernistas e contemporâneos, que contestaram a ordem existente através da sua capacidade criadora, devem ser vistos com um novo olhar.
Ao seu tempo a crítica e a oposição iam para os modelos capitalistas, ditos imperialistas. Mas não olhavam para o outro lado, para os de regime comunista: A URSS, a China e os seus satélites. Aí desenvolvia-se uma feroz perseguição à liberdade e à livre criação e livre pensamento. Mas os nossos artistas olhavam para a direita e não para a esquerda.
As revelações que se sucederam sobre essa dita esquerda, a queda do muro de Berlim e o horror que escondia, o desaparecimento, como fumo levado pelo vento, da chamada URSS, as alterações drásticas na China e a revelação dos crimes de Mao, tudo nos traz uma noção da luta pela liberdade que não se realiza apenas num campo.
Ainda não escrevo sobre a Cuba do famoso Fidel. Uma nação sugeita ao domínio de uma oligarquia que se mantém há mais de 60 anos.
Junto umas imagens do espaço, que é bom de se visitar e conhecer.