segunda-feira, junho 23, 2008

A minha Pátria é a Língua Portuguesa

Tem havido muita discussão sobre esta assunto. Tudo a propósito do novo acordo ortográfico. Acontece que a crítica que se faz tem a ver com as novas regras de sintaxe e morfologia das palavras que se passarão a aplicar. Todos sabemos que a Língua portuguesa é falada "nos quatro cantos do mundo". No Brasil, em Portugal, em Angola, Moçambique, Guíné, S. Tomé, Cabo Verde, agora em Timor. E também nos destinos de emigração - vi muitos dizeres e nomes colocados nas Ruas de Newark, nos EUA. Um dos aspectos que se devem ter em conta são os que se relacionam com a soberania dos países onde a Língua é falada. A distribuição geográfica da sua implantação resultou de expansão marítima portuguesa - facto tão esquecido - o que constitui uma proeza universal. Em cada um dos países indicados juntaram-se povos de várias origens e de várias línguas e dialectos, tendo-se todos convertido ao português que falam hoje. Isso constitui um facto de dimensões extraordinárias. Se lermos textos portugueses dos Séculos XVIII para trás, veremos que muitos dos vocábulos que agora se repetem para significar a adulteração da língua, eram utilizados como regra. O facto de Portugal se ter afastado do Brasil, não mantendo qualquer ligação diplomática sobre a utilização da língua, provocou uma evolução diferente para os dois países. Em Angola está a acontecer o mesmo: quando nós pronunciamos o "mas" como consoante, eles pronunciam "máis" e isto é já comum. O novo Acordo Ortográfico é uma necessidade. Mais vale haver um conjunto de regras comuns do que cada um aplicar as suas. A universalidade é a verdadeira Pátria da Língua Portuguesa.

Palestra a 24 de Junho - E aí está Paço dos Negros

O dia 24 de Junho é uma data importante. Acontece depois do S. João, no Porto, e da festa dos martelinhos Há uma palestra em Paço dos Negros e logo no "Paço Real". Parece-me que devia haver mais contenção nas classificações dos espaços sobre os quais se deve realizar um trabalho aturado e eficaz de protecção patrimonial. Mas a razão para a palestra está no facto de se organizar um protesto sobre a localização do futuro estabelecimento prisional. Não discuto a manifestação - em democracia os actos públicos dos cidadãos são parte integrante da vida e constituem uma excelente forma de participação na vida pública. Acontece que não vejo a situação do mesmo modo. Não há qualquer perturbação para as populações locais pela referida instalação. Assim sendo temos que considerar que todo o tipo de estabelecimentos do mesmo género passaria pelas mesmas considerações. O que me parece de se ter em conta será a importância do impacto da construção sobre a zona. Principalmente no que se relaciona com a área florestal. Outra indicação é a do secretismo das negociações. Não estou a par do referido processo para poder responder com clareza. O que estava em jogo? Os benefícios de uma construção do género, tendo em atenção tudo o que vai necessitar para funcionar, não são de desprezar: os produtores agrícolas locais podem ter um mercado para os seus produtos. A movimentação de pessoas pode originar um reforço dos transportes e da restauração que se traduzem na melhoria das condições de vida. Agora, e como é óbvio, todo o processo deve obedecer às mais elementares regras de funcionamento e de segurança. Convidar um Presidente de uma Câmara de um concelho vizinho, que luta pela instalação no seu espaço concelhio dos mesmos serviços, é coisa que não lembraria ao Diabo.

quarta-feira, junho 18, 2008

Paço dos Negros está na Moda?

A informação chegou-me por palavras ouvidas. Em conversa fui informado que se realizara uma reunião da Assembleia de Freguesia nas Fazendas para se informar sobre a possibilidade (ou realidade?) de se construir um estabelecimento prisional em Paço dos Negros, nos Gagos. A cadeia de Lisboa será desactivada e os presos, cerca de 1.200, serão transferidos para uma nova instalação. Aqui vem Paço dos Negros. Ao que parece a Câmara e a Junta candidataram-se à construção, com indicação da propriedade da referida Junta na zona dos Gagos. Tudo bem. Uma cadeia, para um número elevado de presos, oferece cindições de melhoria da vida local: mais pessoas em movimento, casas para alugar ou vender, venda de produtos locais para a alimentação, restauração, etc. Estas bonificações locais não são de desprezar. No entanto, ao que me foi dito, não houve qualquer informação ou notícia pública sobre o assunto, quando o mesmo se encontrava em fase de negociação?? Apareceu em cima da mesa já pronto! Será? É esquisito à brava. O que me perturba é a destruição dos sobreiros na zona de construção. São 26 ha, para uns, 40 para outros. É uma área considerável. Quem tiver oportunidade de acesso ao Google, poderá observar a mancha da paisagem na zona do concelho de Almeirim. Há uma grande área a descoberto, como resultado da acção agrícola. A radiação solar deve ser enorme. Agora com uma maior desflorestação isso ainda vai aumentar. Mais alterações climatéricas. Mas que é um bom negócio, isso é verdade.

quarta-feira, junho 11, 2008

Todos à descoberta de Petróleo em Almeirim.

É o que está a dar. O preço ganhou asas e voa dia-a-dia. Nós suportamos a carestia e os valores elevados. Há agora uma manifestação dos empresários individuais (?) para conseguir bonificação de preços. Também espero conseguir porque não me apetece pagar preços altos para outros os terem por baixo. Estive em NY e lá ouvi, pela TV dos ditos americas, que o preço dos combustíveis estava a criar problemas. Os taxistas, camionistas individuais e outros transportadores, queixavam-se de que o preço os estava a prejudicar. Eles têm carros mais potentes dos que aqui se utilizam. No entanto não ouvi qualquer referência a manifestações para o estado dar qualquer bonificação ao combustível. Por isso aqui vai um conselho: vamos arranjar umas pás de cavar muito fundo e procuremos o dito petróleo. Isso é que era um grande negócio.

segunda-feira, junho 09, 2008

Já de chegada

Estação do Metro
Tudo é rápido. Depois de uns dias de visita eis que somos chegados à velha Almeirim. É mais velha como localidade que NY.
Agora é tempo de lembrar os dias passados na descoberta da cidade mais cidade do mundo. Já escrevi que aí se encontra a perfeita ligação entre o homem e a vida urbana. Tudo é feito na cidade. Os espaços de lazer, os que são evocativos da natureza primitiva, são construídos de modo a não se esquecer que ali é cidade.
As ofertas culturais são excelentes e completas. Dos Museus às Exposições, da apreciação de estilos arquitectónicos às vivências de rua. Tudo se pode encontrar. Riqueza e pobreza, também lá estão.
Nos Museus e Exposições foi possível observar, para além do que lá se encontra, as pessoas que os visitam. Aqui surgiu uma semi-surpresa: os alunos das Escolas, dos Jardins de Infância às Escolas Secundárias, visitam assiduamente esses lugares. Sentam-se no chão, fazem trabalhos sobre o que observam. Comentam entre si. Falam alto, aliás toda a gente fala alto. É um contraste com o que aqui se passa. Quando ía com os alunos a um Museu era o cabo dos trabalhos, havia sempre gente a interromper, a chamar a atenção para o barulho dos alunos e para as suas correrias. Ali, em NY, os alunos fazem barulho, correm, observam, tiram notas. As pessoas presentes, os visitantes, desviam-se, deixam-nos recolher as informações. Observam-nos com simpatia. Engraçado que já tinha visto isto em Londres.
A cultura é para todos, o conhecimento é um direito universal.
Aqui vão umas imagens. Elas também falam, contam o que é a realidade. As duas primeiras imagens mostram um quadro patente numa Exposição que se apresentava no salão do Clube Português de Newark e o difício do Clube Português na cidade.

terça-feira, junho 03, 2008

Aí vai um adeus.

Agora estou de partida. Embora tenha estado bem longe não deixei de ler o "Pincel". Muito bem. Quando estamos fora da terra e do país o nosso "olhar" torna-se mais reflexivo, mais atento e crítico. Há uma forma de exercer o poder que aqui não tem lugar. Parece que na nossa santa terrinha o poder é exercido para se continuar nele. É como andar de automóvel: em novo não precisamos de oficina, mas quando mais kms tem mais reparações se fazem. No poder quanto mais tempo se está mais estratagemas se utilizam para continuar nele. 
Aí vão umas fotos de ká.