terça-feira, abril 24, 2012

O 25 de Abril e os seus controleiros!

Amanhã há 25 de Abril. Assim vem no calendário, ano após ano e ninguém protesta. Mas este nosso 25 é bem diferente. Esquecidos da "abrilada" de D. Miguel ou da "maiada" de Gomes da Costa, estamos na comemoração de um tempo que trouxe modificações importantes. Eu diria mesmo das mais importantes que Portugal já teve. A seguir às tentativas de monopolização político-ideológica da "revolução" conseguiu-se o estabelecimento de um regime democrático que tem vindo a progredir em sucessivas aprendizagens. Eis que agora me parece que se está a pretender alterar todo o sentido do que se estabeleceu! Os militares (sempre eles) da Associação 25 de Abril vêm recusar participar em cerimónias oficiais de comemoração. Alegam que não se está a cumprir o "25 de Abril e a Constituição". Estas declarações não surpreendem se considerarmos todo o processo que se desenvolveu nos anos seguintes a 1974. As tentativas totalitárias de domínio do poder e de estabelecer um regime que ia procurar inspiração na União Soviética. Só que agora estamos noutro tempo. Ninguém já se lembra do que foi a dita União Soviética e o que lhe aconteceu. Os povos dessa nação saíram em luta pela liberdade e pela democracia. A seguir a eles todos os outros que se encontravam dominados pelo mesmo regime vieram para a rua cantando aos ventos que libertam e trazem a felicidade! Será que há senhores proprietários da ideia de regime e de Constituição? Neste momento revejo as declarações dos chamados militares da Guiné-Bissau. Realizaram um golpe de Estado para "impedir a intervenção de forças estrangeiras (referem-se a Angola) que ninguém sabe quem são e como vão para lá. Prendem o 1.º Ministro e o Presidente da República. Fazem um governo à sua medida! Não me agrada esta comparação.
Não tenho nada a ver com os partidos que governam! Estou contra as medidas que escolheram para resolver a crise. Aliás, sofro diretamente com elas. Mas venceram as eleições e, de acordo com as regras constitucionais e democráticas, têm pleno direito ao exercício do poder. Já não percebo o Sr. Mário Soares e Manuel Alegre. Um foi Presidente da República e o outro queria sê-lo. Juntam-se às vozes da gente armada? Afinal o que têm para nos dizer!?

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