quarta-feira, junho 13, 2012

Romances de hoje!

Ler continua a ser um exercício de treino e formação individual! À medida que desfolhamos cada página do livro que nos acompanha verificamos que há um constante enriquecimento: da nosssa memória, da nossa capacidade de entender e da vivência de histórias que, por vezes, nos parecem familiares!
J.E. Agualusa é um dos escritores da atualidade linguística portuguesa. Sendo angolano transporta consigo as nuances africanas da alma de Angola. O seu livro "Barroco Tropical" transporta-nos à vida de Angola num tempo já de afirmação nacional - para 2020 - mas com os tiques da pós-independência! A língua portuguesa não é já propriedade deste ou daquele país ou povo! Ela conseguiu o feito extraordinário de se aclimatar aos povos que a usam. Em cada latitude há termos e sensibilidades que lhe acrescentam uma riqueza notável quer no léxico, na semântica e - expressivamente - na fonia.
A significação de lusofonia atravessa os mares, os continentes e os povos.
Como faz bem ler aconselho o Barroco Tropical.
Já em contrapartida estou agora com "O Amante do Vulcão" de Susan Sontag. A escritora é norte-americana. Como tal utiliza a língua inglesa. As suas expressões não minimizam o idioma da velha Albion. A sua história - romance - situa-nos no Século XVIII. Em Nápoles. Seguindo o seu discurso romanesco - que se apoia em pesquisas sobre a època e as personagens - conseguimos perceber muito do que foi a penetração inglesa no Mediterrâneo e - já agora interessante - no processo como conseguiram tantos materias arqueológicos sobre as civilizações dessa area. É um trabalho que vale a pena conhecer.
Ainda para o conhecimento e para nossa comum reflexão fiquei informado sobre as novas medidas da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia (é o que conheço) - destinadas aos estudantes de doutoramento ou pd (leia-se pós-doc.)
O valor a atribuir aos candidatos, em propinas a pagar nas Universidades estrangeiras, desce 60% - de 12.500 para 5.000 €. A medida aplica-se às novas candidaturas e às antigas que forem repetidas. O apoio para as deslocações em serviço de investigação também desce. Na prática a partir de agora só os filhos de pai rico (ou mãe) é que podem fazer doutoramentos no estrangeiro. Mas por alegoria ou caricatura o nosso Ministro da Educação - que está hoje em Luanda - faz a apologia dos doutoramentos em Portugal: somos bons nessa área, os nossos doutoramentos são reconhecidos e de grande rigor. Alvíssaras especiais. Nada de sair, tudo para vir!

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