terça-feira, fevereiro 28, 2012

A Colonização Inglesa

Tomei conhecimento, há poucos dias, da situação existente no Canadá. Tendo sido criada uma Comissão para analisar e investigar os casos de educação dos povos aborígenes, chegou-se à conclusão de que as crianças, filhos daqueles, passaram por inúmeros sacrifícios e maus tratos. Incluindo a violação, sendo aprovada uma elevada soma em dinheiro como indemnização. Nós já conhecíamos o que se passara na Austrália com os filhos dos povos nativos e com a declaração de pedido de perdão por parte do primeiro ministro. Nós - os portugueses - que fomos colonizadores e teremos criado situações não muito boas, com violências e maus tratos, éramos, por assim dizer, os que apareciam em primeiro lugar como exploradores. Não foi assim. A separação dos filhos dos pais e a proibição de falarem - nas escolas e colégios para onde foram - a sua língua, a obrigação de aprendizagem do modo de vida ocidental. Enfim um vasto conjunto de violências acabou por ser o lugar comum dos dominadores europeus que se instalaram noutras regiões. Pode dizer-se que agiam com boas intenções, mais formação para povos mais atrasados. Será? As diferentes culturas, quando se encontraram, tiverem sempre situações de conflito e violência. Grecia capta ferum victorium cepisset - a Grécia vencida venceu o seu feroz vencedor - isto era para o facto de a Grécia, sendo dominada por Roma, ter passado a controlar o conhecimento e a educação dos romanos. Mas nem sempre foi assim. É bom sabermos isso!

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Afeganistão: o templo da loucura!

Há dias que soubemos de um facto insólito. Numa base norte-americana, no Afeganistão, queimaram alguns livros. Creio que de entre eles havia exemplares do Corão. Que é a Bíblia dos Muçulmanos. Não conheço o Livro! Mas sei que todos os muçulmanos o conhecem. Qual a reação ao acto? Gente vem para a rua. Ataca as bases dos forças da Nato. Assassinam pessoas. Oficiais americanos. Proclama-se o ódio à América. Segundo me lembro o Afeganistão esteve sujeito a uma governação que exerceu uma tirania e repressão, do pior que se pode imaginar, sobre o seu próprio povo. A intervenção militar foi contra um regime brutal que apoiava a Alkaida. Que fez os ataques nos EUA. Para mim é impossível compreender, ou aceitar, a violência de raiz religiosa. Já tivemos isso aqui na Europa. Não nos deixou boas recordações. Os países muçulmanos estão em grande convulsão. As revoltas para um regime mais equilibrado são enormes. Hoje a Síria debate-se com uma violência que não se pode aceitar e cujo termo se adivinha! As religiões já passaram o seu tempo. A explicação do Mundo exige mais igualdade e liberdade. Os Homens e as Mulheres são livres e iguais. O pensamento e a sua expressão são direitos "sagrados". Onde vai terminar aquele país?!

Ver Televisão e ler Jornais!

É notório o facto de que estamos num mundo globalizado que, por sua vez, está sujeito aos media. Ver Televisão não pode ser apenas o ver, há que se ter em conta que é necessário ver, ouvir e pensar. No momento em que corre o programa. Seja ele qual for. A caixa mágica passa-nos imagens a um velocidade impossível de controlar. Agora acrescentaram as notas de rodapé, que trazem mais informação. Ligaram o Jornal à Televisão. Isto porque há dias fomos confrontados com uma reportagem televisiva no canal 1, a RTP. Falava-se sobre a família de Beja assassinada. Comentava-se, entrevistava-se e o que se mostrava? Que havia casos de incesto, que havia outras situações de relações sexuais. Como puderam fazer isso? As pessoas foram mortas de um modo bárbaro. Não estão cá para se defenderem ou argumentarem. Onde foram buscar as provas dos actos? É só apresentar coisas e depois tudo bem? O Jornal o Público de Domingo, publicou uma entrevista com a Ministra da Agricultura. Atenção é da Agricultura, do Mar, do Ambiente, do Ordenamento do Território, e não sei se de mais alguma coisa. Logo aqui um espanto. Sabe tanto? Está preparada para exercer o poder sobre todas estas matérias? Isso não importa. É uma entrevista para a senhora falar das suas ideias. Neste tempo de Seca, de falta de água, o que diz? O Estado vai entregar terras que possui e não utiliza. Mais, vai propor a nacionalização das terras abandonadas? Como? Contra quem? Já passou de CDS a PC?! Estes senhores e senhoras (que não tenho qualquer tipo de problema de Género) que nos governam deviam saber que a responsabilidade de exercer o cargo é para fazerem coisas para o bem comum. Apresenta o Jornal uma nota com um comentário às propostas. Pouco se refere a elas. Mas as fotografias mostram uma senhora na "passerelle". E viva a propaganda!

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

É Tempo de Inverno!

Estamos no Inverno! Não é coisa que se proponha para admirar. É o tempo dele! Mas o que é grave é que não chove. As alterações climáticas, afirmadas e defendidas por uns e rejeitadas por outros, parece que estão por aí. Inundações no Perú. Cheias na Austrália. Aqui temos um tempo seco. Frio, muito frio. Os campos, que deveriam estar alagados ou inundados, encontram-se secos, como no Verão! O ciclo da vida está alterado. Percorremos toda a faixa atlantica do território e nada de chuva. Gritam os alentejanos por falta de água. Não haverá pastos para os gados, as culturas não se desenvolvem. Clamam os do Centro e Norte que falta água nas barragens. De Espanha nem bom vento, nem bom casamento! É o que o povo diz - já há muito tempo - o certo é que os ventos continentais só trazem frio e secura. Esperemos por melhores dias. Será que Março terá mais chuva? Nós, por cá, gostamos de Sol na Eira e chuva no Nabal. Mas por vezes nem sempre isso acontece.

terça-feira, fevereiro 21, 2012

É Carnaval!

Pois é! Estamos no Carnaval, ano de 2012. Aqui não houve a habitual tolerância de ponto de Terça-feira. Para dar o exemplo de trabalho e organização. Mas notamos que nos anos anteriores e nos anteriores a estes havia a dita tolerância. E não se estava com a Crise. A Crise, menina bonita, de vestido de organdi e lantejoulas. As medidas que se tomam para a contentar não parecem satisfazê-la. A resolução será a longo prazo. É o que me parece. Sempre o longo prazo. O futuro está a ficar muito comprido. Estica, alarga, cresce, mas não encolhe. Não é já ali, ao virar da esquina! Tenho que estamos na gestação da Nova Mudança. A organização politica e social que vivemos está em mudança. Aqui, na nossa terra lusitana, após o 25 de Abril "dos amanhâs que cantam", as coisas não param. Aquilo que se pretendeu estabelecer - a organização politico-administrativa e ideológica - falhou. O Estado não é a salvação. Faz parte da vida de cada um, mas não se agiganta. O curioso de tudo isto é que no momento em que as ditaduras de esquerda - principalmente na URSS - estavam em retrocesso e vieram a cair - para dar no que conhecemos - aqui procurava-se instalar o mesmo processo. Não dava e não deu. Agora o futuro é uma busca de soluções para garantir o que temos e um novo processo! Ainda espero ver essa Nova Revolução.

sábado, fevereiro 18, 2012

Um dia de cada vez!

Li, ontem, a entrevista do ministro holandês que esteve em Portugal. Os contribuintes do país dele não gostam dos empréstimos porque olham?! e vêem o seu dinheiro a arder. Por causa das "manifs" gregas e outras mais por cá. Acho que tem razão. Se eu emprestar dinheiro a alguém fico à espera que ele tenha as condições para me pagar. Continuamos com o nosso problema de emprego. Os 14% são um número fantasmagórico. Leio e custa-me acreditar. A juventude - sempre ela - precisa de caminhos para seguir o seu sonho. Se nós não lhes proporcionarmos as condições para isso, terá que ir à luta e procurar novos horizontes e novas formas de obter o que anseia. Aqui manda-se emigrar. Neste nosso país já fazemos isso desde 1415 - tanto tempo! E ainda não mudámos. O que há neste território e nesta gente que ainda não conseguiram um rumo certo e uma afirmação estável e duradoura?! Para mim acredito que o facto de aqueles que têm a coragem e a inteligência suficientes para novos passos e novos horizontes,não tem sido ponto de mudança. Esses, são perseguidos, marginalizados, arrumados em prateleiras. Sempre foram. Os que ficam, que dominam o poder e a administração, esses passam de pais para filhos, para netos, para afilhados. Há uma permanência de "genes", de ADN, que mantém sempre intactas as mesmas formas de conduta. Ora bolas. Creio que já li isto em algum lado.

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

O Mundo que nos surpreende

Agora é a calamidade humana de Beja. O pai mata a mulher, a filha e a neta. Barbaridade de um assassino. Não vejo nem encontro outra explicação. O mais só pode ser o conflito entre a moral e a ética. Para mim predomina a ética, pois assim é que as sociedades se conduzem. Os nossos amigos da Grécia, sempre eles, zangaram-se. Queimam tudo. Mas contra quem é que é a raiva? Contra eles próprios. Viveram acima das suas possibilidades - e nós também - agora chegou a hora do acerto de contas. A nossa preocupação está no que dizem de "contágio". Nós não somos gregos. Agora começo a compreender a expressão: "ver-se grego". A nossa Juventude continua no barco da indeterminação. Sem uma juventude forte e determinada não vamos a lado nenhum. Espero que não embarquem em sonhos do tipo do "Holandês voador". Correr demais, sem ter em conta as regras do jogo, para ser o melhor e ganhar, às vezes não resulta. O que é necessário é alterar as regras. O conteúdo dá a forma ou será que é a forma que dá o conteúdo?

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Questões de hoje - Nós e o Mundo

Há que ser persistente. A questão do discurso que é não-discurso, feito pelo Presidente do Parlamento Europeu, contínua a dar que falar e refletir. Agora o senhor diz que não disse o que disse. Era outra coisa que queria dizer. Estes políticos que dizem o que não dizem são muito engraçados. Somos um País pequeno e com dificuldades. Mas sempre assim fomos. O que é necessário é conseguir "subir de novo a montanha"! Talvez seja bom lembrar um provérbio chinês (ora bolas!): por trás de uma montanha há, sempre, outra montanha muito maior! O acordo ortográfico tem sido mais um momento do momento. Já se sabe que ainda está por aprovar em Angola e Moçambique. Creio que aí, nessas paragens africanas, ocidentais e orientais, o problema estará nas línguas nativas e na questão da libertação do colonialismo (agora na sua fase de lembrança de outros tempos). Tenho, na minha secretária, um livro explicativo das regras introduzidas pelo dito acordo. Para além das palavras com grafia diferente, aglutinadas e justapostas, o principal das alterações está na queda das consoantes mudas. Se tivermos em conta a manutenção de muitas delas em palavras de acordo com a pronúncia do português europeu, não me parece que haja grandes diferenças. Agora a senhora da Alemanha - mas que importante se está a tornar esse País - vem dizer que a aplicação dos fundos comunitários, na Madeira, não foi feita em favor do desenvolvimento e da inovação. Creio que ela não conhece o Jardim. Então não é inovação utilizar os dinheiros públicos para se manter no Poder? Não é desenvolvimento criar o processo de manutenção da oligarquia?

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

União Europeia - Controlo Europeu?

Acabo de ouvir o represente alemão no Parlamento Europeu. Segundo Sua Exc.ª Portugal não pode ter relações económicas e financeiras com Angola. Diz ele que ficamos mais imobilizados. O convite feito para o investimento angolano em Portugal não é saudável e não se deve fazer. De todas as razões que aponta fica uma sem-razão inexplicável. A União Europeia - onde diz que se deve procurar o apoio e investimento - não tem respondido com a necessária eficácia às questões que nos afligem no dia a dia. Até há alemães que nos chamam os preguiçosos da União. As relações com Angola começaram no final do Século XV. Esse vasto território esteve sob administração portuguesa até 1975, ano da Independência. A Comunidade dos PALOP funciona e, esperamos, virá a ter um lugar especial no Mundo. Há investimento português em Angola e vice-versa. Não me parece que seja uma atribuição dos parlamentares do PE a condução dos interesses nacionais de cada país. Já agora acrescenta-se: a Língua falada em Angola é o português.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Acordo Ortográfico: eis a questão

Já há muito que se escreve sobre este Acordo. Como já referi é um instrumento de regulação linguística - o português - destinado a vários países:Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guinés-Bissau, São Tomé e Timor. Um Mundo diverso e à escala da nossa bola azul. Foi aprovado por todos - creio eu - para entrar em vigor em Portugal este ano. Por todos? Parafraseando Goscini e Uderzo: todos não, há, lá na tirinha oceânica do Norte, quem resista! Há anos passados, aí por 1976, estive colocado na Escola do Sardoal. Fica próximo de Abrantes. Nas voltas pela região surgiu-me uma localidade com o nome de Brescovo. Fiquei surpreendido. De onde vinha aquele nome "que raio de nome!". Das buscas feitas chegou-me a informação: primitivamente chamava-se Brejo da Couve. Aí está. A pronúncia popular, sempre ela, aligeirou as palavras e deu origem a um nome. Claro que isto não seria aceite, hoje, pelos defensores do não Acordo. Acredito que a língua é como tudo o mais: evolui, transforma-se, enriquece. Hoje a Língua Portuguesa é a forma de comunicação de povos diversos. Resultou da expansão marítima. Não considerar o valor das contribuições desses povos para o engrandecimento do nosso idioma é uma menorização da nossa cultura e da sua grande capacidade de adaptação. O fundamentalismo não ajuda, antes e pelo contrário, é fonte de inércia e de obscuridade.

sábado, fevereiro 04, 2012

Almeirim- Ribatejo - Portugal - Uma novidade local!

Acrescento agora um evento. Ao longo dos últimos 30 anos estudei o Alto dos Cacos - zona arqueológica do concelho de Almeirim. Recolhi informações e materiais. Agora, com o concurso de dois especialistas na área da arqueologia, avanço com a publicação do trabalho: O Acampamento Romano do Alto dos Cacos - Almeirim. Os dois arqueólogos de Vila Franca, João Pimenta e Henrique Mendes, aceitaram a tarefa de um estudo mais minucioso e técnico que veio enriquecer o que aí tive a oportunidade de recolher. O que nos parece é que a nossa região, margem esquerda do Tejo, teve um papel mais evidente na colonização romana. A publicação está prevista para Março, dia 10.

Acordo Ortográfico!

Acabo de saber o que me parecia impossível: O responsável - nomeado pelo Governo - para o Centro Cultural de Belém, mandou retirar os indicadores das novas regras da Língua Portuguesa do sistema informático do dito Centro. Acontece que o Acordo Ortográfico foi discutido durante anos. Estiveram envolvidos todos os países que falam a Língua Portuguesa. Num Universo de mais de 240 milhões de pessoas nós, portugueses, somos cerca de 10 milhões. Mas o dito Acordo foi aprovado pelas instâncias oficiais, Governo e Assembleia da República e é para entrar em vigor este ano. Mas Sua Excelência o Snr. Graça Moura - deputado europeu nas listas do PSD - acha que não. Foi nomeado pelo Governo dos seus partidários e aí está. Ele quer, manda e pode. E o respeito pelas regras administrativas? É esta gente que nos governa. Não respeitam o que não lhes agrada. Vai daí, anula. Eu estou de acordo com o dito Acordo. As coisas da vida e do uso comum, mudam. Tudo se transforma. Sendo investigador de História Local, tenho consultado inúmeros documentos do Século XV ao XX. Neles é fácil verificar as transformações que a nossa língua escrita e falada sofreu. Eu ouvi a notícia. Mas não quero acreditar.