quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Acordo Ortográfico: eis a questão

Já há muito que se escreve sobre este Acordo. Como já referi é um instrumento de regulação linguística - o português - destinado a vários países:Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guinés-Bissau, São Tomé e Timor. Um Mundo diverso e à escala da nossa bola azul. Foi aprovado por todos - creio eu - para entrar em vigor em Portugal este ano. Por todos? Parafraseando Goscini e Uderzo: todos não, há, lá na tirinha oceânica do Norte, quem resista! Há anos passados, aí por 1976, estive colocado na Escola do Sardoal. Fica próximo de Abrantes. Nas voltas pela região surgiu-me uma localidade com o nome de Brescovo. Fiquei surpreendido. De onde vinha aquele nome "que raio de nome!". Das buscas feitas chegou-me a informação: primitivamente chamava-se Brejo da Couve. Aí está. A pronúncia popular, sempre ela, aligeirou as palavras e deu origem a um nome. Claro que isto não seria aceite, hoje, pelos defensores do não Acordo. Acredito que a língua é como tudo o mais: evolui, transforma-se, enriquece. Hoje a Língua Portuguesa é a forma de comunicação de povos diversos. Resultou da expansão marítima. Não considerar o valor das contribuições desses povos para o engrandecimento do nosso idioma é uma menorização da nossa cultura e da sua grande capacidade de adaptação. O fundamentalismo não ajuda, antes e pelo contrário, é fonte de inércia e de obscuridade.

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