segunda-feira, dezembro 07, 2009

Os tempos que vivemos ou o que vivemos no tempo

Há sempre um paralelo entre o que somos hoje o que outros foram antes de nós. Era habitual a referência "ó tempora o mores" dos antigos romanos. Ela referia-se à constante transformação que a sociedade dessa época estava a sofrer. Hoje, após tantos anos de regime democrático parece que há quem tenha uma visão muito peculiar do que significa a democracia. Estou a lembrar-me da época de governação de Cavaco Silva, actual Presidente, e das afirmações que fazia quando era governo minoritário. Com ele, ao que me lembro, também andava a nossa amiga Ferreira Leite. Agora é o que se vê. Não me parece que estejamos no caminho certo com tantas suspeições e votações. Quando se passa à praça pública informações, que se dizem em segredo, e a partir delas se fazem juizos, estamos a seguir o mesmo caminho trilhado pelo Tribunal do Santo Ofício. E isto não é bom. Outra situação, que foi explorada na campanha eleitoral, é a da questão das maiorias para governar. Democracia não é autoritarismo. O exercício do poder através do mandato popular , com uma temporalização certa, constitui o expoente máximo do exercício do poder. O poder é legítimo quando conseguido através do voto livre e secreto. Éssa é a força de se ser democrata: saber reconhecer o que ganha e o que perde.

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