quinta-feira, março 10, 2011

Estamos todos "À Rasca ?"

Parece que vai haver uma manifestação de jovens (?) sobre as dificuldades resultantes de terem formação universitária e não terem emprego ou, então, estarem em trabalho precário ou com os chamados recibos verdes. É engraçado ouvir esta justificação. Ela lembra-me os meus tempos de estudante, no Liceu e na Universidade, o que quer dizer nas décadas de 60 e 70 do Século que já passou. Tanto tempo. Quando estava a finalizar o Liceu o que se discutia era a empregabilidade de quem se formava. Ao tempo as notícias chegavam-nos da Suécia. Os jovens suecos, saíam da Universidade e tinham que se sujeitar ao emprego que era possível encontrar, fora do que era a sua formação. Já na Universidade, numa discussão sobre o mesmo tema, o Prtofessor Joel Serrão dizia: Estive recentemente nos EUA, em casa de um amigo universitário. Vou lá para partcipar em Encontros e Colóquios. Fiquei em casa dele, pois quando ele vem a Portugal fica em minha casa. Uma noite levou-me a jantar a um restaurante de qualidade (5 estrelas). A empregada aproximou-se para registar o pedido de refeição. O professor americano falou familiarmente com ela, conheciam-se pelo nome. Ele, português, admirou-se. Vem cá muitas vezes? perguntou. O americano respondeu que não. Era caro, só vinha com amigos em ocasiões especiais. Então? conhece bem a empregada. Responde o dito americano: Á, ela foi minha aluna na Universidade, boa aluna. Vai ter um bom futuro. Perante a admiração do professor Joel Serrão, ele acrescentou. Aqui é assim, não basta ter um curso universitário para ter garantido um lugar. É preciso lutar por isso. É o que ela está a fazer. Prarece-me que todos querem tudo dado. O meu progresso pessoal foi feito à custa de muitas dificuldades. A juventude de hoje parece estar à espera que lhe ofreçam tudo. A vida é uma luta contínua. Não estou de acordo com a afirmação de que se está a hipotecar o futuro dos outros. Então e o nosso? O que nos entregaram para resolver?

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